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Open Banking: um novo modelo operacional financeiro


A falta de competidores para pressionar os custos operacionais dos bancos e a escassez de inovações nas operações financeiras no Brasil provocam a distância entre o cenário financeiro brasileiro e o mercado internacional. Esse atraso fica evidente através das elevadas taxas de juros cobradas em operações de crédito e da concentração dos indicadores bancários (ativos, número de agências, carteira de crédito etc.) nas grandes instituições que atuam no país. [1]

O Banco Central tem analisado, nos últimos anos, modelos implementados internacionalmente de novas tecnologias a fim de elaborar ações regulamentadoras como forma de resolução para os problemas mencionados.

Entre as novidades analisadas, destaca-se o open banking, que se caracteriza pelo compartilhamento de informações dos clientes pelos bancos a empresas terceiras através de APIs (interfaces de programação digital), desde que com a aprovação do cliente. Esse compartilhamento possibilita a oferta de serviços financeiros que seriam proporcionados pelas empresas terceiras (fintechs e demais empresas do setor bancário) aos próprios clientes, de modo que os bancos não teriam que arcar com os custos operacionais de manutenção e equipes especializadas das informações armazenadas. [2]

No Brasil, já existem bancos que trabalham com parcerias utilizando o open banking. Entretanto, para que a plataforma se torne um estímulo à concorrência, é necessário que o compartilhamento de dados seja mais abrangente, de modo que o usuário final tenha poder de escolha entre as instituições que podem ter acesso às suas informações. Em discussão com os bancos, a regulamentação pelo BC trará as diretrizes acerca da sistemática de compartilhamento dos dados bancários dos clientes, gama de serviços oferecidos e as empresas que atuarão nas plataformas abertas, além dos prazos para implementação. [3]

No mercado internacional, a referência de implementação do open banking é a Ásia e a Europa. A Europa regulamentou o open banking em 2018, a partir da PSD2, e, como resultado, os bancos perderam a exclusividade das informações sobre seus clientes. Na Ásia, o modelo foi regulamentado em Singapura, Hong Kong, Malásia, entre outros. Entretanto, cada país determinou suas próprias diretrizes para regulamentação da plataforma. [4]

Assim sendo, é possível notar que o open banking trará diversas novidades para o mercado financeiro nacional. Para o cliente, além do que já foi destacado, seria possível ter acesso a taxas mais acessíveis de empréstimos, uma vez que o controle da operação não estaria concentrado somente nas diretrizes dos bancos.

Já para as fintechs e demais empresas do setor bancário, a situação atual é promissora, pois, com indícios positivos quanto à regulamentação ainda para este ano, as fintechs tem conquistado cada vez mais espaço no mercado financeiro nacional. Haveria, portanto, um reflexo vantajoso não apenas na concorrência, mas também no relacionamento que essas empresas têm com os clientes.

REFERÊNCIAS

[1] EXAME. Open banking: o caminho para maior competição no mercado financeiro nacional, 29/11/2018. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/negocios/dino/open-banking-o-caminho-para-maior-competicao-no-mercado-financeiro-nacional/>. Acesso em: 10/01/2018.

[2] SIMPLY. Open banking: o que é e como ele vai mudar o mercado financeiro, 27/06/2018. Disponível em: < http://blog.simply.com.br/open-banking-mercado-financeiro/ >. Acesso em: 11/01/2018.

[3] VALOR ECONÔMICO. BC prepara modelo de “open banking” para ser implementado já em 2019, 16/10/2018. Disponível em: <https://www.valor.com.br/financas/5926927/bc-prepara-modelo-de-open-banking-para-ser-implementado-ja-em-2019>. Acesso em: 11/01/2018.

[4] STARTSE. BC discute regulação da tecnologia open banking, 07/01/2019. Disponível em: < https://www.startse.com/noticia/nova-economia/59481/bc-discute-regulacao-open-banking>. Acesso em: 11/01/2018.

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